segunda-feira, 3 de setembro de 2012

ZUENIR VENTURA


Lançado na FLIP 2012, SAGRADA FAMÌLIA de Zuenir Ventura informa que na história do livro “Só dez por cento é mentira. O resto é invenção”, embaralhando ficção e realidade, romance e reportagem, imaginação e memória. “São lembranças que transformei em história. Em determinado momento, já nem sabia mais o que era fato real”, diz o autor.
A história é contada na fictícia cidade de Florida, na região serrana do Rio de Janeiro, nos anos de 1940, e o autor se inspirou em momentos vividos por ele em Friburgo e em pessoas da sua própria família, tendo como pano de fundo a II Guerra Mundial e a Ditadura do Estado Novo, comandada por Getúlio Vargas.  Segundo Zuenir, o assunto do livro é o mesmo que obcecava Lucio Cardoso e Nelson Rodrigues, pois os primeiros desastres na vida acontecem na família.
Zuenir foi um dos fundadores do Viva Rio, uma ONG dedicada a projetos sociais e campanhas anti- violência, criada após as chacinas da Candelária e de Vigário Geral. A experiência de conviver com os moradores da favela de Vigário Geral por nove meses resultou no livro Cidade Partida – Um retrato das Causas da Violência no Rio de Janeiro, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria reportagem em 1995. O livro foi traduzido para o italiano com o título de Viva Rio.
Com oitenta e um  anos de idade, Zuenir  foi preso em 1968 (era considerado subversivo) com pessoas influentes como Helio Pellegrino e Ziraldo, Geraldo Mello Mourão e Osvaldo Peralva. Sua libertação se deu com o aval de Nelson Rodrigues, que conseguiu junto aos militares a liberdade de Helio Pellegrino, mas o amigo condicionou sua saída à do companheiro de cela. No mesmo ano escreveu 12 reportagens intituladas Os Anos 60 – A Década que mudou tudo, que foi transformada no livro  1968 – O ano que não terminou e que inspirou a minissérie Anos Rebeldes.
Em 1977, como chefe da sucursal da Revista Veja, recebeu o Prêmio Esso pela reportagem sobre a morte de Claudia Lessin Rodrigues, com os jornalistas Valério Mainel e Amigucci Gallo. Esse foi o primeiro crime relacionado ao uso de drogas com repercussão em todo o país.
No livro Inveja – Mal Secreto,  Zuenir conta sua luta e sua vitória contra um câncer em fase inicial que o surpreendeu em 1988. Escreveu ainda Chico Mendes: Crime e Castigo, a biografia do seringueiro, ambientalista e considerado o herói das florestas. A série de reportagens que deu origem ao livro recebeu o Prêmio Esso de jornalismo e o Wladimir Herzog, de direitos humanos.
São oito livros publicados e várias crônicas escritas para revistas e jornais durante mais de quarenta anos de jornalismo.
Casado com Mary Akierztein, Zuenir tem dois filhos, o jornalista Mauro Ventura e Elisa. Ultimamente seu passatempo predileto é brincar com a neta Alice, filha de Mauro, de dois anos de idade e diz:
- Amor de neto não tem igual, e, além de tudo, a Alice me ensina a lidar com o iPad, porque sou incompetente nessa área.






Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS  em 24/08/2012

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