sábado, 6 de outubro de 2012

ESTAÇÃO CARANDIRU E CARCEREIROS


O massacre do Carandiru em 02 de outubro de 1992 foi uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo que deixou 111 mortos, e os horrores vividos naquele dia foram contados em vários livros, sendo o mais conhecido ESTAÇÂO CARANDIRU, do médico Drauzio Varella.
Drauzio trabalhou durante treze anos, a partir de 1989, em atendimento voluntário de prevenção à AIDS no maior presídio da América do Sul, que contava com mais de 7.200 presos. No livro, ele relata sua experiência pessoal e não faz denúncias de um sistema prisional desumano e antiquado, tratando com os detentos caso a caso, mesmo em condições impróprias e mostra o comportamento da população carcerária, organizado por um código de conduta próprio, muito mais rígido que as leis que regem a sociedade.
Sua experiência foi transformada no livro, lançado em 1999 e recebeu o Prêmio Jabuti de livro do ano em 2000, e vendeu mais de 500 mil cópias. Em 2003, Hector Babenco dirigiu o filme, que foi escolhido como representante do Brasil ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O sucesso foi tão grande que gerou uma série para televisão, exibida em 2005 – Carandiru e Outras Histórias – onde narrava fatos acontecidos antes dos relatados no filme. No filme de Babenco, Drauzio é vivido pelo ator Luiz Carlos Vasconcelos.
Um dia antes de completar 20 anos do massacre, Drauzio Varella lançou o livro CARCEREIROS, onde conta as histórias engraçadas e dramáticas dos homens responsáveis por manter o controle do presídio, comparado a uma panela de pressão prestes a explodir.
No primeiro texto do livro – Um Dia Trágico, é narrada a tensão crescente que marcou aquele 02 de outubro, com certeza a pior data da história do sistema carcerário brasileiro. Depois da invasão, de madrugada, pela Polícia Militar, a rebelião no Pavilhão 9, resultou nas 111 mortes. “Se a situação ficasse a cargo dos carcereiros, certamente não teria acontecido aquilo”, acredita Drauzio.
Estação Carandiru é o primeiro livro de uma trilogia, que tem Carcereiros e o livro final Prisioneiras, que Drauzio está escrevendo, onde vai relatar histórias da Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo, onde o médico atende há seis anos, uma vez por semana.

Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em  05/10/2012

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