O
massacre do Carandiru em 02 de outubro de 1992 foi uma rebelião na Casa de
Detenção de São Paulo que deixou 111 mortos, e os horrores vividos naquele dia
foram contados em vários livros, sendo o mais conhecido ESTAÇÂO CARANDIRU, do
médico Drauzio Varella.
Drauzio
trabalhou durante treze anos, a partir de 1989, em atendimento voluntário de
prevenção à AIDS no maior presídio da América do Sul, que contava com mais de 7.200
presos. No livro, ele relata sua experiência pessoal e não faz denúncias de um
sistema prisional desumano e antiquado, tratando com os detentos caso a caso,
mesmo em condições impróprias e mostra o comportamento da população carcerária,
organizado por um código de conduta próprio, muito mais rígido que as leis que
regem a sociedade.
Sua
experiência foi transformada no livro, lançado em 1999 e recebeu o Prêmio
Jabuti de livro do ano em 2000, e vendeu mais de 500 mil cópias. Em 2003,
Hector Babenco dirigiu o filme, que foi escolhido como representante do Brasil
ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O sucesso foi tão grande que gerou uma
série para televisão, exibida em 2005 – Carandiru e Outras Histórias – onde
narrava fatos acontecidos antes dos relatados no filme. No filme de Babenco,
Drauzio é vivido pelo ator Luiz Carlos Vasconcelos.
Um dia
antes de completar 20 anos do massacre, Drauzio Varella lançou o livro
CARCEREIROS, onde conta as histórias engraçadas e dramáticas dos homens
responsáveis por manter o controle do presídio, comparado a uma panela de
pressão prestes a explodir.
No
primeiro texto do livro – Um Dia Trágico, é narrada a tensão crescente que
marcou aquele 02 de outubro, com certeza a pior data da história do sistema
carcerário brasileiro. Depois da invasão, de madrugada, pela Polícia Militar, a
rebelião no Pavilhão 9, resultou nas 111 mortes. “Se a situação ficasse a cargo
dos carcereiros, certamente não teria acontecido aquilo”, acredita Drauzio.
Estação
Carandiru é o primeiro livro de uma trilogia, que tem Carcereiros e o livro
final Prisioneiras, que Drauzio está escrevendo, onde vai relatar histórias da
Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo, onde o médico atende há seis
anos, uma vez por semana.
Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 05/10/2012
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