quarta-feira, 9 de maio de 2012

Elis Regina


Elis Regina de Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre – RS em 1945, e é considerada a melhor voz feminina da música brasileira.
Em dezembro de 1975, Elis estreou o show Falso Brilhante no Teatro Bandeirantes em São Paulo. Os 1200 lugares do teatro foram disputados no cambio negro até pelo triplo do valor do ingresso. Como há muito não se via, o show foi apoteótico na MPB e durou 14 meses.
Nesse mesmo teatro, no dia 20 de janeiro de 1982, aconteceu o velório de Elis. A comoção popular foi grande, só dois artistas tinham provocado tal reação: Chico Alves e Carmem Miranda.
A causa mortis de Elis no laudo do IML foi intoxicação provocada por ingestão de bebida alcoólica e cocaína. Amigos e parentes ficaram surpresos e insistiram que a cantora não usava drogas.
O medico Harry Shibata era diretor do IML na época e, em 1975, havia assinado o laudo sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog, declarando-o suicida sem examinar o corpo que lhe foi encaminhado pelo II Exército que comandava o DOI-Codi, onde Herzog morreu. Samuel MacDowell de Figueiredo conseguiu provar que a União era responsável pela morte do jornalista. Samuel era namorado de Elis na época da morte da cantora.
O cartunista Henfil que trabalhava n’O Pasquim “enterrou” Elis no Cemitério dos Mortos Vivos do Cabôco Mamadô, onde já estavam Clarice Lispector, Wilson Simonal, Amaral Neto e Flavio Cavalcanti.
O “enterro” se deu por uma gravação  para a TV , onde uma chamada para cantar o Hino Nacional no dia 07 de setembro de 1972 era feita por diversos artistas e pela apresentação na Olimpíada da Semana do Exército. Segundo Ronaldo Bôscoli, seu ex marido, Elis foi obrigada a cantar sob ameaça de prisão. Ela havia dito na Holanda que o Brasil era governado por “gorilas”
As pazes com Henfil foram feitas anos depois.
João Bosco e Aldir Blanc criaram o “hino da anistia” -  a música O Bêbado e a Equilibrista, grande sucesso de Elis , foi cantada no aeroporto por todos que foram receber o sociólogo Betinho (irmão de Henfil) no dia que retornou ao Brasil de onde fugiu para não ser assassinado pelos órgãos de segurança.
Elis teve três filhos: João Marcelo,  Pedro e Maria Rita.
E Maria Rita disse:
 Um dia eu vou cantar suas músicas...um dia.
E esse dia chegou!
A partir de 17 de março, Maria Rita fará cinco shows gratuitos onde cantará as músicas de Elis. Os shows serão em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Os shows fazem parte do projeto Viva Elis, em homenagem aos 30 anos de sua morte, produzido por João Marcelo, seu irmão e Maria Rita se apresentará com Pedro.
O projeto terá exposição multimídia itinerante, documentário sobre a vida e a obra da artista e um livro que contará sua trajetória.
Elis teve sua história de vida conta e citada em vários livros:
Noites Tropicais – Nelson Motta
Por que Elis Regina não morreu de overdose – Ursulino Isidoro (livro psicografado por Reynaldo Leyte)
Furacão Elis – Regina Echeverria (4ª edição lançada em 2012, pela Leya)


Publicado no jornal O Debate Rio das Ostras em 02/03/2012



                                   

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