Elis Regina de
Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre – RS em 1945, e é considerada a
melhor voz feminina da música brasileira.
Em dezembro de 1975, Elis estreou o show Falso Brilhante no Teatro Bandeirantes
em São Paulo. Os 1200 lugares do teatro foram disputados no cambio negro até
pelo triplo do valor do ingresso. Como há muito não se via, o show foi
apoteótico na MPB e durou 14 meses.
Nesse mesmo teatro, no dia 20 de janeiro de 1982, aconteceu
o velório de Elis. A comoção popular foi grande, só dois artistas tinham
provocado tal reação: Chico Alves e Carmem Miranda.
A causa mortis de
Elis no laudo do IML foi intoxicação provocada por ingestão de bebida alcoólica
e cocaína. Amigos e parentes ficaram surpresos e insistiram que a cantora não
usava drogas.
O medico Harry Shibata era diretor do IML na época e, em
1975, havia assinado o laudo sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog,
declarando-o suicida sem examinar o corpo que lhe foi encaminhado pelo II
Exército que comandava o DOI-Codi, onde Herzog morreu. Samuel MacDowell de
Figueiredo conseguiu provar que a União era responsável pela morte do
jornalista. Samuel era namorado de Elis na época da morte da cantora.
O cartunista Henfil que trabalhava n’O Pasquim “enterrou”
Elis no Cemitério dos Mortos Vivos do Cabôco Mamadô, onde já estavam Clarice
Lispector, Wilson Simonal, Amaral Neto e Flavio Cavalcanti.
O “enterro” se deu por uma gravação para a TV , onde uma chamada para cantar o
Hino Nacional no dia 07 de setembro de 1972 era feita por diversos artistas e
pela apresentação na Olimpíada da Semana do Exército. Segundo Ronaldo Bôscoli,
seu ex marido, Elis foi obrigada a cantar sob ameaça de prisão. Ela havia dito
na Holanda que o Brasil era governado por “gorilas”
As pazes com Henfil foram feitas anos depois.
João Bosco e Aldir Blanc criaram o “hino da anistia” - a música O Bêbado e a Equilibrista, grande
sucesso de Elis , foi cantada no aeroporto por todos que foram receber o
sociólogo Betinho (irmão de Henfil) no dia que retornou ao Brasil de onde fugiu
para não ser assassinado pelos órgãos de segurança.
Elis teve três filhos: João Marcelo, Pedro e Maria Rita.
E Maria Rita disse:
Um dia eu vou cantar
suas músicas...um dia.
E esse dia chegou!
A partir de 17 de março, Maria Rita fará cinco shows
gratuitos onde cantará as músicas de Elis. Os shows serão em São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Os shows fazem parte do projeto
Viva Elis, em homenagem aos 30 anos de sua morte, produzido por João Marcelo,
seu irmão e Maria Rita se apresentará com Pedro.
O projeto terá exposição multimídia itinerante, documentário
sobre a vida e a obra da artista e um livro que contará sua trajetória.
Elis teve sua história de vida conta e citada em vários
livros:
Noites Tropicais – Nelson Motta
Por que Elis Regina não morreu de overdose – Ursulino Isidoro
(livro psicografado por Reynaldo Leyte)
Furacão Elis – Regina Echeverria (4ª edição lançada em 2012,
pela Leya)
Publicado no jornal O Debate Rio das Ostras em 02/03/2012
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