A estreia nacional de “RAUL
– O início, o fim e o meio” em 23/03, documentário de Walter Carvalho mostra,
em duas horas, a história do fundador do rock brasileiro em diversas nuances.
Com quase 400 horas de material e 94 entrevistas no Brasil e
no exterior, o filme, já premiado em duas categorias (melhor documentário
brasileiro e melhor documentário pelo voto popular) na 35ª Mostra Internacional
de Cinema de São Paulo, apresentado pela primeira vez no encerramento do
Festival do Rio em 2011, tem repercutido fortemente por onde passa em cartaz. Raul é mostrado como nunca foi visto pelo
público, não só o grande roqueiro, mas o homem que existia atrás do mito.
Entre os artistas brasileiros que já morreram, Raul é o
campeão de vendas. Fãs de todas as gerações compram 300 mil discos dele por
ano.
Parceiro de Raul Seixas em vários sucessos - Al Capone, A
Maçã, Eu também vou reclamar, Como vovó já dizia, Tente outra vez, Gita, Sociedade
Alternativa, Medo da Chuva, Eu nasci há dez mil anos atrás, Paulo Coelho, escritor
que mais vende livros no mundo, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras
em 2002, foi nomeado Mensageiro da Paz pela ONU em 2007, e sua entrevista para
o filme durou cerca de 2 horas. Durante a entrevista, uma mosca apareceu na
sala. “Que estranho! Aqui em Genebra não tem mosca” disse Paulo, dando a
entender que o inseto poderia ser Raul, autor da música “Mosca na Sopa”. “Não
vou matá-la, porque...sabe, né?”
CURIOSIDADES
Em 1967, Raul Seixas e Os Panteras, trio que o acompanhava
no início da carreira (o vinil que lançaram há 45 anos está valendo R$
5.000,00), chegaram ao Rio e, por falta de dinheiro, não conseguiram retirar os
instrumentos que tinham embarcado antes, no Aeroporto Santos Dumont.
A casa onde o grupo ficou hospedado na Urca era perto da
extinta TV Tupi, onde Chico Anysio tinha um programa. Raul e Chico se conheciam
de apresentações que o humorista tinha feito na Bahia. O grupo foi bem recebido
por Chico, que arranjou um jeito de encaixá-los em seu programa e adiantou o
cachê para a retirada dos instrumentos, para que a apresentação fosse
realizada.
Chico era conhecido pela força dada aos colegas menos
afortunados, contratando-os para participarem de seus programas, principalmente
a “Escolinha do Professor Raimundo”.
Chico Anysio foi o primeiro a ser entrevistado para o
documentário e sua morte se deu no dia em que o filme chegou aos cinemas.
Publicado no jornal O Debate - Rio das Ostras em 30/03/2012
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