quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mario Lago


Faz parte da comemoração do centenário de MARIO LAGO, iniciado em 26 de novembro de 2011, a exposição LAGO EU SOU - MARIO LAGO, Um Homem do Século XX, no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro.
Ator, compositor, escritor, militante político, teatrólogo e radialista, Mario Lago nasceu na Lapa. Estudante do Colégio Pedro II testemunhou a entrada de mulheres na instituição, uma professora e uma aluna, e foi onde começou sua militância política, liderou uma trincheira contra o uso obrigatório da caneta.
Aos 15 anos publicou seu primeiro poema, Revelação, na revista Fon Fon.
Formou-se em Direito no mesmo ano em que se tornou autor teatral.
No final da década de 1930, Mario Lago escreveu o roteiro e o argumento do filme “Banana da Terra”, que apresentou Carmen Miranda cantando “O que é que a baiana tem?” de autoria de um então desconhecido Dorival Caymmi. O sucesso foi tão grande que meses depois Carmen partiu para Hollywood.
Mario Lago conheceu sua mulher, Zeli, num comício do Partido Comunista. Seu casamento durou 50 anos e com a morte de Zeli em 1977, Mario dizia que “à noite, a minha cama parece um Maracanã vazio.”
Foram muitos os parceiros musicais que Mario teve ao longo da vida, Ataulfo Alves, Custódio Mesquita, Newton Teixeira, Benedito Lacerda, Almirante, João Nogueira, Elton Medeiros e outros. Mas o maior sucesso foi uma parceria com Ataulfo Alves, “Ai que saudades de Amélia”. Na mesma época outros sucessos de Mario emplacaram, Nada Além, Aurora e Atire a Primeira Pedra. Amélia virou um verbete, tornou-se sinônimo de mulher submissa, resignada e adepta aos trabalhos do lar.
Mario foi ator e roteirista na Rádio Nacional, escreveu sua primeira rádio novela para a Rádio Mayrink Veiga e na mesma época estreou no cinema com o filme “O Homem que chutou a consciência”.
Mario comemorou 80 anos de idade no palco, criador e protagonista do show que reunia suas músicas e muitas histórias, “Causos e Canções de Mario Lago”, dirigido pelo filho caçula e xará, que também é o curador da exposição comemorativa do seu centenário.
O grande público conheceu Mario Lago através das novelas e minisséries que participou na Rede Globo. Em duas delas, viveu o mesmo personagem, Dr. Molina, em Barriga de Aluguel e em O Clone, onde fez uma participação seis meses antes de sua morte.
Autor de vários livros, em NA ROLANÇA DO TEMPO, uma espécie de biografia, Mario relata várias épocas da vida carioca.
Em dezembro de 2001, no Programa Domingão do Faustão, Mario recebeu uma homenagem especial por sua carreira e o troféu entregue anualmente aos grandes nomes da teledramaturgia recebeu, a partir daí, o nome de Troféu Mario Lago.
Recebeu o nome de Prêmio Mario Lago o 7º Concurso Nacional de Marchinhas de Carnaval da Fundição Progresso,  em 2012. Esse concurso tem  a honra  de homenagear personagens ilustres do carnaval brasileiro.
Mario Lago morreu aos 90 anos, em maio de 2002, seu velório, no saguão do Teatro João Caetano,  foi em ritmo de festa como ele desejava, com roda de samba e cerveja.
Mario dizia “fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele”, com a confiança de quem chegaria aos 100 anos.






Publicado no jornal O Debate em 06/04/2012

                    


                        



Um comentário:

  1. No dia 25/07, aconteceu uma homenagem a Mario Lago no Teatro Popular de Rio das Ostras - "Nas águas do Lago - Causos e Canções de Mário Lago". Foi sensacional!

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